por : Paulo Nogueira
Quando se imaginava que Serra não era capaz de
apresentar nada pior do que aquilo que rotineiramente tem feito nos últimos
anos, eis que ele se supera e galga mais um degrau no capítulo da indecência.
A um grupo de pessoas supostamente interessadas
em se filiar ao PSDB, ele se gabou, na noite desta quinta, de haver sabotado um
projeto de Dilma quando ela era ainda ministra de Lula e ele governador de São
Paulo.
O projeto, segundo ele, era o do trem bala que
ligaria São Paulo e Rio. Serra disse que sugeriu ao presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, que incluísse Campinas no trajeto. O objetivo, disse ele, era
apenas atrapalhar.
Serra afirmou que Luciano Coutinho, ainda hoje no
comando do BNDES, concordou com ele que o trem bala de Dilma merecia mesmo ser
engavetado.
As declarações de Serra vazaram, e ele disse que
aquilo não era coisa para chegar a jornalistas.
Bem, estamos diante de duas possibilidades.
Uma: Serra mentiu, e envolveu na história Luciano
Coutinho.
A outra: Serra disse a verdade.
Em ambos os casos, o episódio é mais uma amostra
da monumental falta de caráter de Serra.
Se de fato acabou com o trem bala, Serra
reafirmou sua vocação de destruidor.
O que ele construiu na já longa carreira
política? Nada, nada e ainda nada.
Serra é a inépcia disfarçada de preparo. Como
prefeito de São Paulo, por exemplo, ele não teve competência sequer para
enfrentar os pernilongos.
Assim como Alckmin culpa hoje a falta de chuva,
ele atribuía ao excesso os alagamentos que infernizavam a cidade.
Num momento em que grandes cidades do mundo já
lutavam pela mobilidade urbana, Serra representava, em seu petrificado atraso
mental, a Era do Carro com os congestionamentos intermináveis e os índices de
poluição avassaladores.
Thatcher, em suas memórias, citou um antigo
premiê que dissera que havia uma e apenas uma pessoa capaz de endireitar o
Reino Unido, e essa pessoa era ele próprio.
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