O
segundo semestre das principais entidades do sindicalismo brasileiro está sendo
marcado por uma discussão de primeira ordem: a superação da Portaria 186, norma
colocada em vigor há quatro anos, com o propósito de fixar as normas sobre
registro sindical e alterações estatutárias das entidades.
Desde
o primeiro momento de sua publicação, a CTB posicionou-se frontalmente contra a
medida que, entre outras consequências, abre caminho para o fim da unicidade e
da contribuição sindical, além de ter transformado o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) em uma fábrica de sindicatos.
“Com a Portaria 186 estávamos indo por um
caminho muito ruim. A partir de agora esperamos que sejam criadas regras claras
para a atualização de dados junto ao MTE”, afirmou o secretário-geral da CTB,
Pascoal Carneiro, referindo-se às facilidades criadas nos últimos anos para a
obtenção do registro sindical.
Apenas
durante este ano, o MTE recebeu cerca de 1.200 pedidos de criação de sindicatos.
Atualmente, segundo dados do governo federal, existem cerca de dez mil sindicatos
no país. Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, o grande problema nesse
cenário é a profusão de entidades sem qualquer grau de representatividade dentro
de suas categorias. “Da forma como está a atual Portaria, o texto da
Constituição Federal de nada vale”, critica.
Processo de discussão
À
frente do MTE desde o começo de maio, o ministro Brizola Neto ocupou a Pasta
deixando clara a necessidade de se criar uma alternativa à Portaria 186.
Atualmente, discute-se por meio do
Conselho de Relações de Trabalho (CRT) uma alternativa para a minuta que
cristalizou a referida portaria.
O
órgão possui uma estrutura tripartite, composta por representantes do governo,
empregadores e trabalhadores indicados pelas centrais sindicais. Sua função é
orientar e democratizar esses três segmentos da sociedade. Para Pascoal
Carneiro, representante da CTB no CRT, as discussões estão bem encaminhadas. Segundo
o dirigente, as centrais sindicais têm até o final de setembro para apresentar
suas propostas de alterações em relação à nova minuta, organizada pelo MTE. “É
possível dizer que até janeiro de 2013 estaremos com esse texto finalizado”,
adiantou.
Fonte: Tribuna Sindical
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